sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Espanha fará terceiras eleições gerais num ano

O primeiro-ministro interino Mariano Rajoy fracassou hoje pela segunda vez na tentativa de obter aprovação do Parlamento da Espanha para formar um novo governo depois das últimas eleições legislativas. Assim, a Espanha deverá realizar suas terceiras eleições num ano, provavelmente em dezembro.

Por 180 a 170 votos, mesmo resultado da votação anterior, um Parlamento dividido frustrou mais uma vez a tentativa do primeiro-ministro conservador de se manter no poder, onde chegou em 2011 em meio à crise da periferia da Zona do Euro, que derrubou o primeiro-ministro socialista José Luis Rodríguez Zapatero.

A crise desmoralizou os partidos tradicionais, o Partido Popular, de Rajoy, e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que se alternavam no poder em Madri desde a consolidação da remocratização da Espanha, em 1982.

Com desemprego acima de 25% e de 55% entre os jovens, o movimento dos indignados levou ao nascimento de dois novos partidos: Podemos, de esquerda, antiliberal, anticapitalista e antiglobalização; e Cidadãos, liberal, de centro direita.

Nesta nova realidade política, duas eleições levaram a parlamentos fragmentados, onde nenhum partido conseguiu formar um coligação majoritária. O líder do PSOE, Pedro Sánchez, se nega a formar uma grande coalizão com o PP. Uma aliança PSOE-Podemos-Cidadãos teria maioria, mas o líder do Podemos, Pablo Iglesias, recusa qualquer acordo com Cidadãos, de Alberto Rivera. Nem PP-Cidadãos nem PSOE-Podemos formam maiorias.

Nada indica que as próximas eleições rompam o impasse. Só resta à Espanha continuar votando.

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