sexta-feira, 2 de setembro de 2016

EUA geram menos empregos do que esperado

O ganho de novas vagas no mercado de trabalho dos Estados Unidos caiu para 151 mil em agosto depois de um saldo de 275 mil postos de trabalho em julho, provavelmente adiando a próxima alta nas taxas básicas de juros, revelou hoje o relatório mensal de emprego. O mercado esperava 180 mil vagas.

A taxa de desemprego ficou inalterada em 4,9%. Com um saldo médio de 270 mil vagas nos últimos meses, muitos economistas esperavam uma desaceleração no crescimento do mercado de trabalho à medida que a economia americana se aproxima do pleno emprego.

Os salários subiram 2,4% num ano. É uma indicação de que o desemprego abaixo de 5% pressiona os salários para cima. A longo prazo, isso teria um efeito inflacionário.

Pelos cálculos de economistas entrevistados pelo jornal The Wall Street Journal, os EUA precisam de 145 mil vagas por mês para absorver os novos candidatos a emprego. Mas a desaceleração lança dúvidas sobre o próximo aumento da taxa básica de juros da Reserva Federal (Fed), o banco central americano.

Como os dados de agosto, mês de férias de verão no Hemisfério Norte, costumam ser revisados para cima nos meses seguintes, deve haver um grande debate entre os formuladores de política monetária do Fed.

"Mesmo se os funcionários do Fed tiverem dúvidas, devem querer esperar mais alguns meses para ver se haverá uma retomada do crescimento em setembro e os dados de agosto sejam revisados para cima", comentou o economista Paul Ashworth, da empresa Capital Economics, em Nova York.

Até o fim do ano, o Comitê de Mercado Aberto do Fed, o comitê de política monetária dos EUA, deve aumentar os juros. Se o crescimento do mercado do trabalho fosse robusto, a expectativa do mercado era de uma alta na reunião de 20 e 21 de setembro. Agora, parece mais provável em novembro ou dezembro.

O Fed praticamente zerou suas taxas de juros em dezembro de 2008 para combater a Grande Recessão. Voltou a aumentar os juros em dezembro de 2015, de uma faixa de 0-0,25% para 0,25%-0,5%. Mas ainda está longe de normalizar a política monetária.

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