quarta-feira, 17 de maio de 2017

Maduro autoriza uso de força militar contra manifestações

Em uma escalada na repressão contra a onda de protestos de rua, o presidente Nicolás Maduro autorizou as forças de segurança da Venezuela a atacar os manifestantes que há um mês e meio protestam diariamente contra seu governo, exigindo a convocação de eleições diretas. 

Em 47 dias de conflito nas ruas das grandes cidades venezuelanas, pelo menos 42 pessoas foram mortas, a maioria por milícias ligadas ao chavismo, não diretamente pelo regime. Cerca de 13 mil saíram feridas e 2.371 foram presas.

Maduro mandou o comandante da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), general Antonio Benavides Torres, ativar imediatamente a segunda fase do Plano Operacional Guaicaipuro e o Plano Estratégico Operacional Zamora, que implicam o uso de armas e forças militares contra manifestações pacíficas. O anúncio foi feito pelo general na cidade de San Cristobal.

O risco é de um banho de sangue. A Venezuela vive a pior crise econômica desde a independência, com queda de 20% do produto interno bruto nos últimos dois anos, inflação superior a 800% ao ano e desabastecimento generalizado, de mais de 80% dos produtos básicos.

Com o fracasso do diálogo, inclusive da iniciativa do papa Francisco, a Venezuela segue rumo a uma tragédia anunciada. O regime chavista faliu o país. Geralmente, quando a situação econômica se deteriora a tal ponto, o governo cai, mas algumas ditaduras sobrevivem, como é o caso de Robert Mugabe, no Zimbábue.

No clima atual de crise profunda e radicalização, é difícil uma mudança de regime sem um derramamento de sangue ainda maior. A Venezuela marcha para um golpe militar ou uma guerra civil.

Nenhum comentário: