sexta-feira, 12 de maio de 2017

Maduro demite ministra da Saúde que divulgou dados negativos

O presidente Nicolás Maduro demitiu ontem a ministra da Saúde da Venezuela, Antonieta Caporale, depois da divulgação de um boletim epidemiológico apontando um aumento de 30% na mortalidade infantil e de 66% na mortalidade materna nos dois últimos anos.

A médica foi substituída pelo farmacêutico Luis López Chejade, de 43 anos, que foi vice-ministro de Hospitais e secretário da Saúde do estado de Arágua, ligado ao vice-presidente Tareck El Aissami, considerado um dos expoentes da linha dura do regime chavista.

No ano passado, 11.466 bebês morreram na Venezuela antes de completar um ano de vida e 756 mães morreram até 42 dias depois do parto. Os casos de malária, doença que chegou a ser erradicada no país, aumentaram em 76% para 240.613.

Com a queda os preços do petróleo a partir de 2014 e as políticas desastrosas de controle dos preços e do câmbio, a Venezuela enfrenta a pior crise econômica de sua história independente: uma inflação de 800% ao ano, o produto interno bruto caiu mais de 20% em dois anos e há um desabastecimento de mais de 80% dos produtos básicos e de medicamentos.

De acordo com a Federação Médica Venezuelana, os hospitais estão funcionando com apenas 3% dos insumos necessários. O governo insiste em denunciar uma fictícia conspiração internacional com o apoio da elite local, que estaria retendo medicamentos para agravar a situação.

Ontem, Maduro ordenou uma investigação em escolas particulares, que acusou de estimular "antivalores fascistas". Seu governo parece cada vez mais uma ditadura.

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