quinta-feira, 25 de maio de 2017

Programa de saúde de Trump vai deixar 23 milhões sem cobertura

A reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos feita pelo Partido Republicano para acabar com o programa do governo Barack Obama para garantir cobertura universal vai deixar 23 milhões de americanos sem seguro-saúde em dez anos, advertiu ontem o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), um órgão bipartidário.

No primeiro ano, 14 milhões devem perder a cobertura de saúde. Em médio e longo prazos, os prêmios do seguro-saúde devem aumentar muito para idosos e pessoas com doenças preexistentes.

O primeiro projeto, apresentado pelo presidente da Câmara, deputado Paul Ryan, nem chegou a ser colocado em votação. Na época, o CBO estimou que 24 milhões perderiam a cobertura de saúde.

A proposta aprovada na Câmara, que deve ser alterada no Senado, pretende reduzir o déficit público federal em US$ 119 bilhões em dez anos, US$ 32 bilhões a menos do que o projeto anterior.

"O CBO estava errado antes quando analisou o impacto do programa de Obama sobre custos e cobertura e errou de novo", declarou o secretário (ministro) da Saúde, Tom Price.

Ryan alegou que o partido está no caminho certo ao "reduzir os prêmios e reduzir o déficit". Os prêmios devem ser reduzidos para as pessoas mais jovens e mais saudáveis, com prejuízo para idosos, deficientes e portadores de doenças crônicas.

Na sua proposta orçamentária, além de dar por certa a aprovação da reforma da saúde como passou na Câmara, o governo Trump está propondo cortes de US$ 900 bilhões em dez anos no Medicaid, o programa de saúde para os mais pobres, para ajudar a financiar um corte de imposto trilionário para os ricos, inclusive para si mesmo.

Com esta reforma radical para acabar com a Lei de Cobertura de Saúde a Preços Acessíveis, do governo Obama, e os cortes de impostos de Trump, os republicanos correm grande risco de enfrentar uma revolta do eleitorado nas eleições intermediárias de 2018. Podem perder a maioria na Câmara e no Senado.

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