quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Boko Haram matou 381 civis nos últimos cinco meses

A milícia terrorista Boko Haram matou pelo menos 381 civis nos últimos cinco meses na Nigéria em Camarões, países da África Ocidental, denunciou ontem a organização não governamental de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional

O aumento no número de mortos é atribuído a atentados terroristas suicidas cometidos por mulheres e meninas. Milhões de pessoas na região do Lago Chade precisam de proteção e ajuda humanitária. Mais de 7 milhões correm risco de passar fome.

"Mais uma vez, o Boko Haram está cometendo crimes de guerra em grande escala, exemplificados pela depravação de forçar meninas de carregar explosivos com a única intenção de matar o maior número de pessoas possível", acusou Alioune Tine, diretor da AI para África Central e Ocidental.

Desde abril, foram pelo menos 223 mortos na Nigéria e 158 em Camarões, quatro vezes do que nos cinco meses precedentes, sendo 100 só em agosto. O pior ataque foi em 25 de julho, quando os rebeldes islamistas mataram 40 pessoas e sequestraram três de uma equipe de exploração de petróleo em Magumere, no estado de Borno, no Nordeste da Nigéria.

Em Camarões, o pior ataque foi em 12 de julho em Waza, onde 16 civis foram mortos e outros 34 feridos num atentado terrorista suicida cometido por uma menina-bomba num local de jogos eletrônicos cheio de gente.

Com a guerra civil deflagrada pelos jihadistas em 2009, que matou cerca de 15 mil pessoas, cerca de 2,3 milhões de fugiram de suas casas. Um milhão e 600 mil desalojados ficaram na Nigéria e 303 mil em Camarões, enquanto 374 mil fugiram para os vizinhos Chade e Níger.

"A onda de choque da violência do Boko Haram mostra a necessidade urgente de proteção e ajuda para milhões de civis na região do Lago Chade", apelou o diretor da Anistia. Cinco milhões estão ameaçados pela fome na Nigéria e 1,6 milhão em Camarões. Cerca de 515 mil crianças sofrem de desnutrição aguda, mais de 85% na Nigéria.

O Boko Haram, cujo nome significa repúdio à educação ocidental, declarou em 2015 lealdade à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante. Desde então, apresenta-se como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental.

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