terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Justiça britânica mantém ordem de prisão de Julian Assange

A Justiça do Reino Unido decidiu nesta terça-feira manter o mandado de prisão contra Julian Assange, fundador do sítio WikiLeaks, especializado em vazar documentos secretos de governos e empresas, por violar os termos da liberdade condicional. Ele está refugiado há mais de cinco anos e meio na Embaixada do Equador em Londres e o governo equatoriano o pressiona a sair, informou o jornal inglês The Guardian.

Assange era alvo de um mandado de prisão europeu a pedido da Suécia, que queria interrogá-lo por crimes sexuais. Em 26 de janeiro, seus advogados pediram à Justiça britânica o relaxamento do mandado sob a alegação de que a Procuradoria da Suécia desistiu de interrogá-lo.

A defesa argumentou que "ele passou cinco anos em condições que, sob qualquer visão, são similares à prisão, sem acesso a tratamento médico adequado ou à luz do sol, em circunstâncias em que sua saúde física e psicológica se deteriorou, e corre sério perigo."

Em sua decisão, a juíza distrital Emma Arbuthnot reconheceu que Assange tem "um problema dentário terrível, ombro congelado e depressão". Mas a Procuradoria da Coroa contra-argumentou que "Assange foi solto em liberdade condicional mediante pagamento de fiança; tinha a obrigação de se render à custódia do tribunal e falhou ao não se entregar na hora marcada para fazer isso."

O ciberpirata australiano teme ser extraditado para os Estados Unidos, onde pode ser condenado à prisão perpétua com base numa denúncia secreta por divulgar documentos secretos do governo americano.

Durante esses anos de asilo político, Assange perdeu sua áurea de libertário e combatente pela liberdade contra governos e empresas poderosas. Associou-se à Rússia para atacar a candidatura de Hillary Clinton à Presidência dos EUA, beneficiando Donald Trump, que elogiou o WikiLeaks durante a campanha.

Em dezembro do ano passado, a Fundação pela Liberdade de Imprensa decidiu por unanimidade parou de arrecadar dinheiro para o WikiLeaks, como fazia desde Assange se asilou na embaixada.

No Equador, o atual presidente, Lenín Moreno, eleito em abril de 2017, rompeu com seu padrinho político e antecessor Rafael Correa, chavista e antiamericano. Está pressionando Assange a deixar a embaixada em Londres.

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