sábado, 3 de fevereiro de 2018

Rebeldes ligados a Al Caeda derrubam avião da Rússia na Síria

A Rússia perdeu hoje seu primeiro avião de combate desde que entrou guerra civil da Síria, em 30 de setembro de 2015, em apoio à ditadura de Bachar Assad. O Comitê pela Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham), formado pela fusão de vários grupos jihadistas, inclusive a antiga Frente al-Nusra, braço armado da rede terrorista al Caeda no conflito sírio, disparou um míssil antiaéreo que abateu o Sukhoi-25. O piloto saltou de paraquedas, mas foi morto em terra pelos rebeldes.

O apoio russo foi decisivo para que o regime sírio passasse a ganhar a guerra e retomasse a maior parte do território do país, mas há bolsões de resistência, além da área dominada pela milícia árabe-curda que combate a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante com o apoio dos Estados Unidos.

A cidade de Sarakebe, na província de Idlibe, está há dias sob intenso bombardeio das forças aéreas da Rússia e da Síria, numa tentativa de reassumir o controle total sobre a estrada Damasco-Alepo. A organização de defesa civil Capacetes Brancos registrou pelo menos 25 ataques aéreos na região.

Um bombardeio matou pelo menos 16 pessoas num mercado público. O hospital da cidade também foi atacado, um crime de guerra cometido sistematicamente pela ditadura de Assad e seus aliados russos.

"O comandante do Batalhão de Defesa Aérea do HTS conseguiu derrubar um avião militar com um sistema portátil de defesa antiaérea nos céus de Sarakebe, no interior da província de Idlibe, no fim da tarde de hoje", declarou o grupo em comunicado. Depois que o Su-25 foi abatido, a Rússia intensificou o bombardeio e anunciou ter matado mais de 30 jihadistas

Em Moscou, o Ministério da Defesa e a agência de notícias Interfax confirmaram a notícia. Os mísseis antiaéreos portáteis foram decisivos para a vitória dos rebeldes muçulmanos que derrotaram a invasão soviética no Afeganistão.

Hoje a porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert, afirmou em Washington que os EUA não forneceram este tipo de mísseis aos rebeldes jihadistas na Síria. Desde o governo Obama, os EUA temem que essas armas caiam em mãos de extremistas muçulmanos.

O abate do avião gera uma tensão entre a Rússia e a Turquia, que estaria supervisionando o cessar-fogo de grupos jihadistas dentro das negociações de paz lideradas pelo governo russo realizadas em Astana, a capital da ex-república soviética do Casaquistão.

Nenhum comentário: