domingo, 8 de abril de 2018

Trump ameaça bombardear a Síria após uso de armas químicas

O presidente Donald Trump advertiu hoje que há um "grande preço a pagar", ameaçando atacar a ditadura de Bachar Assad em resposta ao uso de armas químicas na cidade de Duma, na região de Guta Oriental, último reduto rebelde na periferia de Damasco, a capital da Síria. Ao menos 48 pessoas morreram e outras 500 saíram feridas.

Pela primeira vez, Trump responsabilizou diretamente o protoditador Vladimir Putin, acusando-o e à Rússia e ao Irã pelo apoio que dão a Assad: "Muitos mortos, inclusive mulheres e crianças num ataque QUÍMICO insensato na Síria. Area da atrocidade está fechada e cercada pelo Exército sírio, tornando-a completamente inacessível ao mundo exterior.

"Presidente Putin, Rússia e Irã são responsáveis por apoiar Animal Assad. Grande preço a pagar. Abram a área imediatamente para assistência médica e investigação. Outro desastre humanitário por nenhuma razão, qualquer que seja. DOENTIO", escreveu o presidente no Twitter.

Em seguida, culpou o ex-presidente Barack Obama, que ameaçou a reagir a ataques com armas químicas mas nada fez quando o regime de Assad matou 1.729 num ataque a Guta Oriental em 21 de agosto de 2013: "Se o presidente Obama tivesse cruzado a linha vermelha que traçou na areia, o desastre na Síria teria terminado há muito tempo! Animal Assad seria história."

Alguns senadores da linha dura do Partido Republicano estão pressionando Trump a ordenar uma ação militar: "Se ele não levar adiante e realizar o que disse no tuíte, vai parecer fraco diante da Rússia e do Irã", declarou o senador Lindsay Graham.

A União Europeia "condenou nos termos mais fortes o uso de armas químicas" e pediu uma "resposta imediata da comunidade internacional para ter certeza de que os responsáveis tenham de prestar contas". Também pressionou a Rússia e o Irã "a usar sua influência para prevenir qualquer outro ataque e garantir a cessação das hostilidades e uma desescalada na violência."

O ministro do Exterior britânico, Boris Johnson, chamou o ataque de "profundamente perturbador" e pediu à Rússia que permita uma investigação independente da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

Em Moscou, a Rússia defendeu a ofensiva do regime sírio: "Aqueles que não estão interessados na destruição de um dos últimos ninhos de terroristas em território sírio não querem um acordo político genuíno, tentam complicar a situação de todas as maneiras e impedir a evacuação de civis."

Amanhã, o Conselho de Segurança das Nações Unidas faz uma reunião de emergência a pedido dos Estados Unidos, mas a expectativa é que a Rússia vete qualquer tentativa de represália contra Assad, mais um motivo para Trump ordenar um ataque.

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